“O caso das contrapartidas da compra dos submarinos terminou com a absolvição de todos os réus, portugueses e alemães e uma sentença que reduziu a nada e humilhou a acusação do Ministério Público”, começa por dizer Miguel Sousa Tavares no seu comentário semanal no Expresso.
De acordo com o escritor, isto levou a um “ato contínuo”, sendo que “o PS anunciou a intenção de convocar uma comissão de inquérito a todo o negócio”.
No entanto, havia várias questões que os socialistas deviam querer ver respondidas, tais como “quem negociou, de facto, os submarinos e quem ganhou com isso comissões honorárias e pagos por quem” e também “por que razão, de cada vez que o caso é importante, o Ministério Público se revela totalmente incompetente e nada lhe acontece, por direito estatuário”.
Na opinião de Sousa Tavares este interesse ‘rosa’ não se verificou. “Para isso falta-lhes a coragem e preferem ficar-se pela chicana política”, remata.
Em suma, “a inútil e ruinosa decisão de comprar os submarinos alemães deveu-se, como sempre, a pressões militares sobre os políticos, a que estes não conseguem resistir, e foi tomada na vigência de um governo PS”, conclui Sousa Tavares.