"Se houvesse quem duvidasse da cumplicidade e da união destes três partidos na defesa dos grandes interesses económicos, ficam agora mais esclarecidos com este voto", afirmou o PEV, em comunicado.
O projeto de resolução discutido hoje no Parlamento, pela iniciativa de "Os Verdes", recomendava ao Governo que fosse a EDP a pagar a intervenção na foz dos rios Tua e Sabor, VND.
Para o PEV, a necessidade desta intervenção no Douro "decorre, inegavelmente, dos impactos gerados na VND pelas barragens que estão a ser construídas na Foz dos rios Tua e Sabor" e que "põem em causa a segurança na navegabilidade".
Por isso mesmo, defendia que deveria ser "da exclusiva responsabilidade da EDP" o financiamento das obras de alargamento e aprofundamento do canal de navegação.
Esta intervenção está incluída na lista das obras prioritárias proposta pelo Grupo de Trabalho para Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado (GTIEVA).
O documento prevê que a obra "de correção de traçado geométrico (aprofundamento e alargamento do canal navegável entre Pinhão e Pocinho) e segurança da navegação" seja paga a 85% com fundos comunitários e os restantes 15% com fundos nacionais, mas adverte que será difícil encontrar investidores privados.
"Os Verdes" referiram que o relatório "puxa" os custos da obra para "os ombros do financiamento público, aliviando a EDP", o que consideram ser "totalmente intolerável".
"Mas é sobretudo intolerável no momento em que o Governo impõe aos portugueses uma austeridade sem par e quando a EDP apresenta lucros que rondam os mil milhões de euros", pode ler-se ainda no projeto de resolução entregue na Assembleia da República.
Para o PEV, "os 50 milhões de euros desta intervenção na VND vêm engrossar, ainda mais, os custos já ruinosos que a construção das novas barragens representa para o país".
"Os Verdes" afirmaram que hoje voltaram a proporcionar ao PS, PSD e CDS-PP uma oportunidade que corrigissem a "atitude até agora assumida", mas o que aconteceu, segundo o PEV, é que estes partidos "invocaram os argumentos mais incríveis e votaram contra".