"Relativamente a coligações de toda a esquerda, não será por responsabilidade do Bloco de Esquerda que elas não se concretizarão", disse João Semedo aos jornalistas, à margem da tertúlia ‘Políticas e coligações à Esquerda’, na qual participou hoje, juntamente com o líder da distrital do PS/Porto, José Luís Carneiro.
Concretamente sobre a Câmara do Porto, o deputado do Bloco de Esquerda foi peremptório: "nós admitimos uma coligação de toda a esquerda e toda a esquerda tem que incluir toda a esquerda, naturalmente incluindo o PCP".
Explicando que esta é a posição que supõe que irá ser aprovada na convenção que se realiza este fim-de-semana, o candidato à liderança do BE - juntamente com a deputada Catarina Martins -afirmou que o partido reconhece que "há um conjunto de municípios em que seria útil para as populações que a direita fosse afastada do comando das autarquias".
"Mas fundamentalmente naqueles municípios em que há o perigo da direita se enraizar e continuar a governar essas autarquias. Não será por nossa responsabilidade", reiterou.
Relativamente à Câmara do Porto, João Semedo considera que esta a autarquia "tem estado divorciada da vida real da cidade" e é uma daquelas em que a esquerda tem "uma palavra a dizer".
Questionado sobre o facto de Manuel Pizarro já ter sido aprovado como candidato do PS à Câmara do Porto, o deputado do BE respondeu que, "se a proposta de coligações de toda a esquerda é séria e com o desejo de que se venha a concretizar, não facilita a sua concretização existir já um candidato a dirigir e a presidir a essa coligação".
"O doutor Manuel Pizarro não escondeu que queria ser candidato à Câmara do Porto em nome do PS, mas essa afirmação é um pouco incompatível com o desejo de uma coligação, porque se há uma coligação tem que ser uma coligação que decide entre si não só o programa, não só os candidatos, mas também o candidato à presidência", considerou.
No entanto, João Semedo reiterou que "se toda a esquerda estiver disponível para uma coligação", o Bloco está "na disposição de discutir tudo: programa, candidato e o próprio nome".
"Ou há uma coligação de toda a esquerda ou, do nosso ponto de vista, a proposta do PS está inviabilizada", enfatizou.
A 30 de Outubro, o PCP do Porto afastou qualquer hipótese de coligações eleitorais com o PS ou com o BE nas autárquicas de 2013, sem excluir a hipóteses de assumir "responsabilidades" no próximo executivo, seja qual for o partido vencedor.