"Não é verdade que venham aí mais cortes de salários e pensões, mais cortes de rendimentos. Não é verdade", sublinhou em Viseu o líder da bancada "laranja" em intervenção no final das jornadas parlamentares do partido.
Luís Montenegro sublinhou contudo que se aquilo que o PS "quer dizer" é que "tem de haver diminuição da despesa pública e aumento da receita" para que o défice possa ser de 2,5% no final de 2015, então "aí o PS tem razão".
"Vêm aí medidas para tornar o Estado mais eficiente, para pôr o Estado a gastar menos, de preferência de forma estrutural e permanente", ressalvou o social-democrata, advertindo contudo: "Nenhum partido ganha quando de forma despropositada assustamos a nossa sociedade, as pessoas, as famílias, as empresas".
Montenegro acusou ainda o PS de praticar a "divergência mais insanável da política portuguesa" ao não subscrever medidas orçamentais corretivas tendo firmado o tratado orçamental que visa reforçar a disciplina das finanças públicas dos Estados-membros da União Europeia.
"O PS não quer austeridade, não quer medidas corretivas. O que o PS quer é mais défice e mais dívida, porque são estas medidas [as corretivas] que têm permitido baixar o défice e a dívida", frisou o parlamentar.
Sobre as jornadas parlamentares, que durante dois dias juntaram os deputados em Viseu para discutirem com diversas personalidades o pós-´troika', Montenegro diz que estas decorreram "sob o signo do compromisso", nomeadamente o compromisso "com as pessoas".
O PSD, frisou, está preocupado em deixar às gerações futuras um "país com mais esperança", reconhecendo que a melhoria de alguns dados macroeconómicos ainda não atingiu o "dia-a-dia" da maioria dos cidadãos, embora alguns já tenham visto o "efeito positivo" de, por exemplo, a taxa de desemprego estar a cair.
"Se nós hoje temos menos desempregados do que tínhamos em janeiro de 2013 significa que há milhares de portugueses que já conseguiram ver refletido na sua vida o efeito positivo do caminho de recuperação do país. Mas de uma forma geral temos de dizer a verdade: a vida das pessoas tem muitas dificuldades", admitiu Luís Montenegro.
Economia, finanças e sustentabilidade demográfica foram alguns dos temas em debate nas jornadas parlamentares do PSD.