"Cavaco teve a ideia peregrina de falar num hotel de luxo"

O antigo Presidente da República Mário Soares escusou-se esta quinta-feira a comentar a actuação do actual Chefe de Estado mas afirmou que Cavaco Silva "teve a ideia peregrina" de esta semana quebrar o silêncio "num hotel de luxo".

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Notícias Ao Minuto
09/11/2012 00:39 ‧ 09/11/2012 por Notícias Ao Minuto

Política

Soares

"Ele realmente teve a ideia de falar e teve a ideia peregrina de ir falar a um hotel de luxo, também não é o sítio onde deve falar, afirmou Mário Soares, em Lisboa, durante uma apresentação do seu livro 'Crónica de um tempo difícil'.

Mário Soares respondia a uma pessoa da audiência da apresentação, que o questionou sobre a actuação do Presidente da República.

"Eu não posso falar do Presidente da República, porque me fica mal falar de uma pessoa que me sucedeu. Portanto, é muito desagradável, quando uma pessoa começa a dizer mal do seu sucessor parece que tem ciúmes dele e não é o caso, nunca tive", começou por dizer Soares.

"O Presidente da República, enfim, tem estado muito calado. Tem havido jornais que dizem perdeu a fala o senhor Presidente da República'. Há jornais que dizem isso, eu vi um artigo de fundo num jornal que diz isso e achei graça", afirmou.

O Presidente da República, Cavaco Silva, disse na terça-feira que irá "guiar-se por pareceres jurídicos aprofundados" e pelo "interesse nacional" na avaliação do Orçamento para 2013 e que não vai "reger-se" por "palpites", nem aceitará "pressões".

"Ninguém me pressionará sobre essa matéria, é uma questão de grande relevância nacional e eu actuarei de acordo com o interesse nacional, não vou reger-me, não tenham dúvidas, por qualquer palpite, venha daqui ou de acolá", garantiu o chefe de Estado.

À margem da inauguração de um hotel em Lisboa, Cavaco Silva sublinhou que "em matéria de constitucionalidade" irá guiar-se "por pareceres jurídicos aprofundados e não por qualquer ideia que aqui ou ali se formula mas bastante superficial".

O Presidente da República falava aos jornalistas, depois de interrogado sobre os sucessivos apelos que lhe têm sido feitos para que peça a fiscalização preventiva da constitucionalidade do Orçamento do Estado para 2013.

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