"Não sei", disse Passos Coelho, quando interrogado sobre se a história o absolverá, numa entrevista publicada hoje pelo diário O País, de Maputo.
"Não tenho uma bola de cristal, nem a História fala comigo, isso será observado no futuro", prosseguiu Passos Coelho.
"O importante, em primeiro lugar, é reconhecer, de forma extraordinária, como Portugal e os portugueses têm compreendido a sua situação e têm realizado sacrifícios muito grandes para vencer estas dificuldades", acrescentou.
No entanto, Passos Coelho admitiu que "a maioria dos portugueses", incluindo ele próprio, "não gostou das medidas difíceis" do seu governo.
"Tivemos que percorrer este caminho para agora poder ter o crescimento da economia e para podermos ter um futuro melhor para todos os jovens portugueses e de todos os portugueses", justificou o primeiro-ministro.
Na entrevista, Passos Coelho reconheceu que "não tem sido fácil" à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) "encontrar um instrumento multilateral que garanta a livre circulação" na própria organização.
"Temos de construir um clima, também, de confiança muito grande que nos permita aumentar essa circulação no seio da nossa comunidade", disse o primeiro-ministro, lembrando que a adesão de Portugal ao espaço Schengen, na União Europeia "é uma limitação, mas também pode ser uma grande oportunidade" para a livre circulação.