Constâncio desdiz Durão e é apoiado por ex-colegas

Cinco ex-responsáveis do Banco de Portugal saíram em defesa de Vítor Constâncio depois de Durão Barroso ter assegurado que se reuniu com o ex-governador do Banco de Portugal para discutiram as “preocupações” suscitadas pelo BPN. “Lamenta-se que prevaleça uma enorme confusão (…) que venha pôr em causa a competência e a honestidade de uma pessoa a quem o país muito deve”, pode ler-se na missiva enviada pelos cinco dirigentes ao jornal Público.

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Notícias Ao Minuto
02/04/2014 08:54 ‧ 02/04/2014 por Notícias Ao Minuto

Política

Polémica

Na semana passada Durão Barroso disse em entrevista ao Expresso que, quando foi primeiro-ministro de Portugal, reuniu-se com Vítor Constâncio para falarem sobre as “preocupações” que o BPN suscitava ao governante. Ontem, o ex-governador do Banco de Portugal desmentiu tais conversas e hoje o Público cita uma carta assinada por cinco ex-responsáveis pela entidade reguladora dos bancos na qual é assumido o apoio a Constâncio.

“A supervisão bancária não é um sistema de investigação de crimes financeiros [sendo que é] irrealista a imagem criada de um supervisor que pudesse acompanhar em tempo real os milhões de operações que ocorrem a cada instante no sistema financeiro”, pode ler-se na carta assinada por Teodora Cardoso, Artur Santos Silva, José da Silva Lopes, Rui Vilar e Miguel Beleza.

Os ex-responsáveis do Banco de Portugal “lamentam”, assim, que “prevaleça uma enorme confusão sobre a natureza dos bancos centrais e, em particular, das suas funções de supervisão bancária”.

“E [lamenta-se ainda] que essa confusão venha pôr em causa a competência e a honestidade de uma pessoa a quem o país muito deve”, concluem.

Ontem, Vítor Constâncio garantiu que não se lembra de alguma vez ter sido convocado pelo então primeiro-ministro, Durão Barroso, para discutir, especificamente, a questão do BPN.

“Depois de tantos anos, não me recordo se alguma vez fui convocado expressamente sobre assuntos relativos ao BPN. Mas estive várias vezes com o então primeiro-ministro e falámos de muitas coisas (…) e também do BPN, embora (…) sem qualquer evidência sobre irregularidades concretas que pudessem ser imediatamente investigadas”, assegurou o ex-governador do Banco de Portugal.

 

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