O programa ‘Política Mesmo’ desta noite na TVI 24 teve como tema central o aumento do valor do salário mínimo nacional, hipótese que foi levantada esta semana por Pedro Passos Coelho.
Embora admita que esta é uma medida claramente positiva com a “qual todos concordamos porque o aumento do salário mínimo é uma medida de justiça e uma medida que tem em conta a dignidade da pessoa, porque a pessoa não pode trabalhar e não receber o mínimo por esse trabalho”, a antiga ministra das Finanças afirma também que este é um tema que não deve ser falado de forma “oportunista” por parte dos partidos políticos.
Para Ferreira Leite, o facto das eleições europeias estarem à porta pode levar muitos a pensar que a hipótese levantada pelo primeiro-ministro possa estar associada a uma promessa política, algo que não vê com bons olhos.
“Não pode ser nada que venha a ser fruto de moedas de troca, negociações, em que damos o salário mas em contrapartida vai mais qualquer coisa”, disse a comentadora, referindo que se esta é realmente uma medida que está a ser ponderada então deve ser discutida no local correto para o efeito, ou seja, em concertação social.
A social democrata disse ainda estranhar o porquê de há um ano atrás o Governo ter afirmado que não era positivo falar em aumentos do salário mínimo e um ano depois, altura em que considera que não mudou assim tanta coisa, ter alterado o seu discurso. Por isso volta a falar da necessidade de não se estar a enganar os portugueses com promessas.
“Os portugueses estão há dois ou três anos a sofrer enormes sacrifícios, a dar a sua colaboração de forma muito pacífica, e isso não pode ser pago com a venda de ilusões porque ideias frustradas já há de sobra”, atirou, referindo que “não pode valer tudo numa campanha eleitoral”.