Próximo governo terá de ser de maioria e garantir estabilidade

O ex-ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Luís Amado defende que o próximo governo terá de ser de maioria, que dê uma "garantia de estabilidade" para resolver os problemas do país.

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Lusa
12/04/2014 07:47 ‧ 12/04/2014 por Lusa

Política

Luís Amado

Em entrevista hoje à Antena 1 e ao Diário Económico, o atual presidente do Conselho Administração do Banif considera que "o país aprendeu com os erros".

"Tivemos durante muitos anos governos minoritários, que tiveram dificuldade em imprimir a ação governativa, uma linha de estabilidade e de coerência programática e política que pudessem resolver alguns problemas estruturais do país", sublinha. Por isso, o próximo executivo poderá ser "outra coligação, mas tem que haver um governo de maioria".

"Creio que ninguém duvida hoje que não haverá condições, nem nenhum Presidente da República dará posse a um governo minoritário no atual contexto. Portanto, terá de haver um entendimento", sustenta.

Para Luís Amado, um governo democrático tem que dar "uma garantia de estabilidade, sem a qual é muito difícil resolver os problemas do país" e, na atual situação, deve "garantir um custo de financiamento que não onere ainda mais as famílias e as empresas por culpa da falta de compromisso político entre os partidos".

Na entrevista, Luís Amado defende um programa cautelar após a saída da 'troika'.

Contudo, acredita que "o cenário da saída limpa, sem apoio do programa cautelar, será o mais desejado pelos diferentes governos europeus, sobretudo aqueles que têm de gerir qualquer garantia ou apoio cautelar com o envolvimento dos seus parlamentos".

"É natural que Portugal esteja a ser orientado por um caminho que não terá duas saídas, mas apenas uma saída", a saída limpa, sublinha.

Para o antigo MNE, era "aconselhável" uma "rede de proteção" nesta fase, devido à "incerteza" e à "volatilidade financeira".

"A volatilidade do sistema financeiro pode-nos confrontar com movimentos de capitais erráticos dentro de meses que podem pôr em causa a tendência em baixa sustentada que as taxas de juro têm conhecido" e conduzir o país para "uma situação de grande vulnerabilidade face à sua dependência de financiamento externo", justificou.

A partir de maio, Portugal entra "num processo em que todas as cautelas são necessárias para garantir que o risco político não desencadeia uma pressão no aumento das taxas de juro para o futuro".

"Se o risco político se agravar, então esse processo será fatal para o país", adverte.

Amado considera que a pressão "é muito grande" sobre o sistema político e sobre o PS.

"A ideia de o Partido Socialista defender uma saída limpa era, do ponto de vista tático, uma boa ideia, mas sempre a critiquei. porque acho que a pressão sobre o sistema político português é muitíssimo maior a partir do momento em que o risco político está diretamente ligado ao comportamento dos principais atores e responsáveis políticos".

Segundo o ex-ministro do Governo socialista chefiado por José Sócrates, a Comissão Europeia foi "muito subalternizada no processo de reabilitação da crise do euro e da crise europeia" e deveria ter tido "um papel muito mais ativo" e "muito mais liderante dos interesses em confronto na representação, sobretudo, dos países mais fracos e em situação mais frágil".

"Estivemos no limite da resiliência social e política à crise provocada por um conjunto de medidas", diz.

Para o presidente do Banif, "a Comissão falhou sobretudo na ênfase que era necessário dar, com o apoio aos programas de ajustamento" e com uma "forte intervenção corretora do exercício de ajustamento que era imposto aos países".

"Era preciso eventualmente ter afrontado a Alemanha", sublinha.

 

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