O CDS-PP apoia negociações com o Governo, enquanto a CDU defende a gestão dos transportes num nível intermunicipal. O PSD, para já, não se manifesta.
O presidente da autarquia, António Costa, disse à agência Lusa que o "Estado decidiu separar a propriedade da gestão ao admitir concessionar a gestão a privados" e que Lisboa tem "condições para discutir também com o Estado" e assumir a gestão das duas empresas de transportes.
João Ferreira, vereador da CDU, sublinhou a posição de que na base deste processo deve estar a "salvaguarda da propriedade e da gestão" da Carris e do Metro continuarem "públicas".
O vereador assumiu que a coligação de esquerda é "contra a municipalização" porque os encargos "são extremamente elevados" e a atividade prestada ultrapassa o concelho de Lisboa, pelo que defendeu uma "articulação com outros municípios".
"A rede tem de ser pensada à escala metropolitana", nomeadamente nos níveis da "conceção, organização e gestão", disse à Lusa o vereador, sublinhando que as intenções da câmara devem ser clarificadas, no sentido de ser evitada a entrega da gestão a privados.
O vereador do CDS-PP, João Gonçalves Pereira, por sua vez, lembrou que "historicamente" o partido tem defendido que a "Câmara de Lisboa deve ter uma palavra na Carris e no Metro", referindo que o que está a ser proposto é o "pedido de autorização para de sentar à mesa com o Governo".
"Não vejo nenhuma espécie de impedimento. A questão está na solução encontrada para a gestão", disse à agência Lusa o vereador centrista, recordando haver "variadíssimos modelos", nomeadamente associar ou separar a gestão das empresas.
O prazo de concessão e o financiamento dos custos operacionais são outros elementos que "estão ainda em aberto", segundo o vereador, que se escusou a destacar qual o modelo mais benéfico, dizendo acreditar que o "Governo e a Câmara de Lisboa podem encontrar uma solução ganhadora para o país e a para a cidade".
O presidente da Câmara marcou para terça-feira uma reunião extraordinária do executivo - onde o PS tem maioria absoluta -, para "aprovar formalmente" a abertura destas negociações com o Governo e os moldes da negociação.
Pelo PSD, António Prôa afirmou estar a acompanhar o processo, mas que é "prematuro tecer comentários".
Contactada pela Lusa, a secretaria de Estado dos Transportes escusou-se a comentar o assunto.