O semanário Expresso conta, esta sexta-feira, que as declarações que o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, fez sobre investimento público entre 2008 e 2010 não caíram bem ao ex-chefe do Governo, José Sócrates.
Sócrates entende que Durão “lembra-se do que não fez”, como por exemplo em relação ao caso BPN, mas “não se lembra do que fez, como a política de estímulos orçamentais”.
A confirmar está reação do antigo primeiro-ministro está um documento, a que o semanário Expresso teve acesso, e no qual, em 2009, a ordem da Comissão era clara: “Mobilizar o investimento privado e público com vista ao relançamento da economia e à mudança estrutural da economia a longo prazo: desenvolver parcerias público privadas (PPP)”, acrescentando que “embora o principal objetivo das PPP deva ser a promoção da eficiência (…) também podem atenuar a pressão imediata sobre as finanças públicas, proporcionando uma fonte adicional de fundos”.
Ora, salienta a mesma publicação, esta informação choca com o que há dias afirmou Durão Barroso em entrevista ao Expresso e na qual garantiu que “a União Europeia nunca disse para os países mais vulneráveis (como é o caso de Portugal) aumentarem a despesa pública”.
Sócrates considera, por isso, que esta entrevista “foi um regresso político falhado” para Durão.