Num comício muito concorrido, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, Jerónimo de Sousa afirmou que os partidos do denominado ´arco da governação', "não têm forma de contornar que, lá como cá, têm o rabo preso à política que inferniza a vida dos trabalhadores e do povo, políticas que alienam o interesse nacional e comprometem o futuro do país".
"O mesmo PS que ainda não é governo e diz não saber como encontrará as Finanças é o mesmo PS que se juntou ao Governo para reduzir o IRC", apontou, acusando os socialistas de terem conseguido "uma terceira via: não prometem para não terem de cumprir".
Para o líder comunista, "não houve decisão ou orientação estrutural decidida pelo Parlamento Europeu, tal como cá, que não tenha a marca do PS, com a sua companhia de sempre na política de direita - PSD e CDS".
"Não têm forma de contornar que, lá como cá, têm o rabo preso na política que inferniza a vida dos trabalhadores e do povo, políticas que alienam o interesse nacional e comprometem o futuro do país. O PS está a cumprir o seu papel", disse.
O também deputado do PCP acusou os candidatos de PS, PSD e CDS-PP de não assumirem "a responsabilidade pela situação do país e a culpa morre sempre solteira".
"Andam há 37 anos a governar o país à vez!", acusou, sunhinhando que "o PS diz agora ´não prometo, logo não cumpro´".
Segundo Jerónimo de Sousa, "uma verdadeira mudança só será efetivamente concretizada reforçando" a Coligação Democrática Unitária, (que congrega PCP, "Verdes" e Intervenção Democrática), "a única força que tem um projeto distinto dos que nestes últimos 37 anos governaram o país".
"Todos nesta batalha somos candidatos! Todos nesta batalha são necessários! Precisamos ganhar muitos portugueses para que nenhum voto se perca! Trazer os desiludidos com uma política de logro e engano sistemático", reforçou.
O líder comunista considerou que "nunca se mistificou e mentiu tanto em tão curto espaço de tempo" e que, "se a mentira e a mistificação pagassem impostos, estes partidos iam à falência".
"Da parte do Governo e da sua aliança eleitoral assistimos a uma campanha de propaganda, um colossal embuste, tentando criar a ilusão de uma mudança da sua política para o futuro e tentar levar ao engano outra vez os portugueses. São três anos trágicos que, somados às medidas e políticas de austeridade dos PEC do Governo do PS, se traduziram num gigantesco retrocesso na vida dos portugueses e do país", continuou.
O secretário-geral do PCP não acredita "num Governo que passou a vida a mentir, a dizer uma coisa e a fazer outra" e, para si, "a ´saída limpa' é uma fraude, como é a sua anunciada libertação com este Governo e esta política de submissão nacional".
"Rangel diz que é preciso realismo nas políticas, Assis fala de ´pragmatismo inteligente', nem mais nem menos. Eles pensam, no essencial, da mesma maneira. Apenas jogam com as palavras. É um falso confronto!", assumiu, referindo-se aos cabeças de lista às eleições europeias de 25 de maio de PSD e PS.