O chefe do Governo português assumiu esta posição no final de uma intervenção na XXII Cimeira Ibero-Americana, que decorre desde sexta-feira na cidade espanhola de Cádis.
"Devemos olhar para a nossa estrutura institucional promovendo o seu fortalecimento e a sua eficiência. A arquitectura da comunidade ibero-americana tem-se relevado demasiado pesada e onerosa para os tempos de crise que vivemos, parecendo-nos, mais do que nunca, que se justifica a sua revisão de modo a torná-la mais racional, moderna e adaptada à menor abundância de recursos disponíveis", afirmou.
Pedro Passos Coelho acrescentou que "Portugal está disponível para participar no debate sobre o futuro da comunidade ibero-americana nas suas várias dimensões - financeira, institucional e substantiva -, na expectativa de que uma reforma da sua arquitectura possa ser aprovada na próxima cimeira" e manifestou o seu apoio à "bianualização das cimeiras".
A questão do orçamento da comunidade ibero-americana e da repartição de custos entre os diferentes países já tinha estado em cima da mesa na cimeira do Paraguai, em 2011, e voltou a ser colocada em Cádis, disse à agência Lusa fonte da delegação portuguesa.
Portugal pretende que a repartição de custos seja mais equitativa e tenha em conta a evolução económica dos países da América Latina e da Europa.
Actualmente, os países da Península Ibérica são responsáveis por aproximadamente de 70% do orçamento e os da América Latina pelos restantes 30%, cabendo a Espanha a maior fatia das verbas, 60%, e a Portugal quase 10% das verbas, referiu a mesma fonte.
A próxima Cimeira Ibero-Americana está marcada para 2013, no Panamá.