Desemprego e retoma económica dominam prioridades dos candidatos

A resposta à falta de crescimento económico e ao desemprego e o aumento da projeção da União Europeia no contexto global são as propostas centrais dos dois principais candidatos à presidência da Comissão, Jean-Claude Juncker e Martin Schulz.

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Lusa
22/05/2014 09:55 ‧ 22/05/2014 por Lusa

Política

Europeias

Nos seus manifestos eleitorais, ambos os candidatos apontam como primeira prioridade o crescimento e o emprego, com Juncker, luxemburguês, 59 anos, candidato do Partido Popular Europeu (PPE) a defender a criação de um "verdadeiro mercado único digital", que "ponha fim às taxas de 'roaming' e melhor as ligações entre Estados-membros.

O antigo presidente do Eurogrupo afirma que uma liberalização no acesso ao mercado digital irá permitir um crescimento de 500 mil milhões de euros nos próximos cinco anos e a criação de centenas de milhares de novos postos de trabalho.

O alemão Martin Schulz, candidato do Partido Socialista Europeu, defende o aumento do investimento, uma política industrial "ambiciosa" e a criação de um programa de microcrédito para apoiar as pequenas e médias empresas.

"Iremos apoiar mais as tecnologias 'verdes' e melhorar o desempenho da economia, queremos acabar com o 'dumping social', acabar com a exploração laboral e com contratos precários que afetam tantos europeus. Insistiremos em regras sólidas para garantir salários iguais para trabalhos com as mesmas caraterísticas e a defesa dos direitos dos trabalhadores", refere o manifesto do socialista de 58 anos, ainda presidente do Parlamento Europeu e eurodeputado desde 1994.

No seu discurso, e ao longo de toda a campanha, Schulz promete lutar contra a evasão e a fraude fiscal, que representam "um milhão de milhões de euros todos anos" na Europa, além de criticar o que considera ser "uma austeridade cega", com programas de resgate que foram "um claro falhanço".

Os candidatos das duas maiores famílias políticas europeias convergem ainda na necessidade de completar a união bancária, que permita facilitar o acesso ao crédito e maior apoio à "economia real".

A energia é outro dos principais temas abordados por Juncker e Schulz: o luxemburguês quer "uma maior partilha de recursos e articulação de infraestruturas" e uma "diversificação das fontes energéticas" para reduzir a dependência externa e o alemão defende uma "aposta na energia 'verde'".

"Defendo que o nosso mercado continue aberto aos nossos vizinhos. No entanto, se o preço da energia no leste europeu se tornar demasiado elevado, temos de ter a capacidade de mudar rapidamente esse fornecimento", defendeu Juncker, que considera ainda que a Europa pode vir a ser líder mundial no setor das energias renováveis.

Por seu lado, Martin Schulz advoga que os 28 devem "reganhar a liderança global na proteção da natureza e na luta contra a poluição e as alterações climáticas", prometendo respeitar e até estender as metas já assumidas por Bruxelas e apoios para investimentos em energias renováveis e tecnologia.

Jean-Claude Juncker defende ainda que seja retomada uma proposta dos anos 90 para aumentar a projeção externa da união monetária, com uma representação conjunta da zona euro no Fundo Monetário Internacional, para que "o euro seja uma voz a nível global".

Schulz sublinha que a União deve continuar a bater-se pelos "princípios universais da democracia, da paz e dos direitos humanos", apoiando os que "procuram a democracia, a justiça social, a não-discriminação e a liberdade em qualquer parte do mundo", procurando "alianças fortes para responder a desafios comuns".

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