“Quanto pior está o País melhores e mais positivas são as avaliações da troika”, ironizou hoje João Semedo, o novo coordenador do Bloco de Esquerda, ao falar no debate no Parlamento sobre a proposta de Orçamento comunitário plurianual para 2014-2020.
Semedo criticou também que Passos Coelho, que está a cortar no Orçamento português, não pode exigir um cenário diferente na Europa. “Quem em Portugal faz tantos cortes no Orçamento, na sua casa, não tem força para defender o contrário na Europa”, sustentou o novo líder do Bloco.
Na resposta, Passos Coelho defendeu que são situações distintas, insistindo que Portugal tem de fazer recuar o défice e a dívida e considerando que “não é razoável” dizer que quem corta o orçamento nacional não tem autoridade para propor outra coisa no contexto europeu.
Acusado pelos partidos da oposição de ter uma postura resignada em relação às negociações europeias sobre o orçamento comunitário plurianual, Passos defendeu que “o Governo não está nada resignado”.
“Dissemos que a proposta da Comissão era uma boa base de trabalho, o que é diferente de apresentar uma posição de resignação. Não é de resignação que estamos a falar”, defendeu o primeiro-ministro.
No Parlamento, Passos afirmou que a proposta de Orçamento comunitário plurianual para 2014-2020, que será debatida amanhã no Conselho Europeu, “não é equilibrada e contém elementos que consideramos inaceitáveis”, considerando que a proposta da Comissão Europeia é "uma boa base de trabalho", que também contempla cortes face ao orçamento anterior.