Em destaque no artigo que esta terça-feira, como habitualmente assina no Diário de Notícias, está a decisão do Tribunal Constitucional. Essa é aliás a ideia do título: ‘Enfim, o Tribunal Constitucional falou’.
E fê-lo, escreve, no tempo que seria expectável porque “seguramente (…) não quis falar antes das eleições, como se compreende, dadas as pressões que sobre ele [Tribunal Constitucional] foram descaradamente feitas por portugueses e alguns estrangeiros. Contudo, pela terceira vez, voltou a chumbar um Governo que não tem senso nem emenda”.
Posto isto, “o senhor Presidente da República, que sempre tem protegido o atual Governo, não pode agora continuar a falar da legitimidade de um Governo de coligação que não se entende entre si, não tem senso e é incapaz de acerta um único Orçamento, que há três anos têm sido sempre chumbados”, reitera Soares.
Se o fizer, avisa o histórico socialista, “seria ignorar o Tribunal Constitucional e expor-se ao ridículo perante o país inteiro, ignorando a Constituição da República, que [Cavaco] jurou cumprir, e deixando de ter qualquer respeito pelas pessoas, sobretudo as mais conscientes”.
“Espero por isso, que o senhor Presidente da República tenha a consciência da situação e não volte a falar da legitimidade de um Governo incapaz, incompetente e desvairado, que chegou ao fim, (…) que não sabe o que quer nem que futuro o espera”, insiste Soares, frisando que “certo é que não pode deixar de sair sujo, muito sujo, da triste posição em que se encontra”.
Na opinião do ex-chefe de Estado, se Cavaco nada fizer, “não tem desculpa nem perdão. O povo, que é muito consciente e quem mais ordena, nunca lhe perdoará” por ser “cúmplice desta desastrada coligação [governativa] e corre o risco de não poder sair à rua sem ser vaiado”, como, sublinha, “tem sido inúmeras vezes”.