“O discurso foi frágil. Era um discurso solene mas ficou cheio de banalidades. Porque falar da plataforma marítima portuguesa ou dos jovens é interessante mas não constitui um edifício, não faz uma arquitetura da ideia”, afirmou esta sexta-feira Francisco Louçã no seu espaço de opinião na SIC Notícias relativamente à apresentação da candidatura de António Costa à liderança do Partido Socialista.
Sobre este tema, considera o ex-líder bloquista que Costa deveria ter dito o que pensa sobre pontos centrais da vida dos portugueses, pois, neste momento, a política está tão polarizada que o mais importante é perceber o que pensam os líderes políticos sobre questões chave para o país.
“Hoje em dia a política está tão radicalizada que o que é preciso é que quem se candidata fale sobre duas ou três questões: o que faz com as pensões? Não diz nada; o que faz com os salários e investimento para criar emprego? Não diz nada; o que faz com a Europa e com o Tratado Orçamental?”, disse Francisco Louçã realçando a falta de resposta do autarca lisboeta no seu discurso a estas questões.
Por fim, disse o economista que seria importante que os líderes dos partidos e sobretudo candidatos a eleições, ainda que internas para os partidos, falassem sobre “Portugal, das pessoas e de quem está desesperado”, pois, “caso contrário, ficamos presos a uma política que é vazia de proposta. De António Costa eu esperaria um discurso com outro nível de responsabilidade neste contexto”, concluiu.