"A distrital, em reunião, expressou de forma quase esmagadora, [com] 86% [dos votos], no sentido de que se avançasse para as diretas e para o congresso", afirmou à Lusa Rui Santos, presidente da federação distrital do PS de Vila Real.
A realização do congresso foi aprovada na reunião de segunda-feira à noite da comissão política distrital com 32 votos a favor e cinco contra.
Segundo Rui Santos, "aquilo que a distrital defendeu de forma inequívoca, quer através da sua votação quer através das múltiplas intervenções, nomeadamente dos presidentes de câmara, (...) é que é urgente clarificar a situação do Partido Socialista", lembrando que para o efeito existem "mecanismos que constam dos estatutos" nomeadamente eleições "diretas decididas num congresso nacional".
O socialista disse ainda que a distrital está disponível "a discutir de forma ponderada a questão das eleições primárias, mas a seu tempo, com calma, num ambiente de reflexão, que permita que esta discussão seja aprofundada, com regras a definir que sejam claras e exequíveis".
Nesse sentido, frisou que "para já é urgente resolver clarificar esta situação do Partido Socialista, cumprindo aquilo que os estatutos determinam".
Já no final de maio, Rui Santos havia defendido que perante as divergências no partido -- que surgiram com a revelação de António Costa estar disponível para disputar com António José Seguro a liderança do PS -- era necessário uma clarificação de posições.
"Desta vez [na distrital] houve uma votação que aponta para um sentido claro e portanto reforça aquilo que era a minha posição inicial, no sentido da clarificação", salientou o líder do PS/Vila Real, afirmando ter votado também a favor do congresso, mas sem querer explicitar de que lado está aquela distrital.
Ainda assim, a realização de "diretas" para a liderança do partido e de um congresso extraordinário tem sido defendida pelo atual presidente da Câmara de Lisboa, António Costa que entende que só desta forma se pode aprovar uma nova orientação estratégica política do seu partido.
Já o secretário-geral, António José Seguro, propôs, e viu aprovada, a realização a 28 de setembro de eleições primárias, tendo em vista a escolha do candidato socialista a primeiro-ministro.
Na passada semana, em entrevista à TVI, António Costa defendeu que, independentemente de ser aprovado um processo de eleições primárias abertas a simpatizantes, o seu partido não pode prescindir da realização de um congresso extraordinário.
De acordo com os estatutos do PS, sem ser por iniciativa do secretário-geral, António José Seguro, um congresso extraordinário pode ser convocado por proposta aprovada em Comissão Nacional, ou por requerimento de mais de 50 por cento das federações desde que representem mais de metade do total de militantes do PS.