Em entrevista ao semanário Expresso, Jerónimo de Sousa sublinha que “é preciso acabar com esta política e este Governo, antes que esta política e este Governo acabem com o País”.
Sobre o PS, o secretário-geral dos comunistas refere que “há um problema incontornável”, pois os socialistas estão “amarrados” ao memorando da troika.
“O PS é cúmplice e co-responsável desta política. É preciso uma ruptura e não vemos o PS com vontade”, afirma Jerónimo de Sousa.
Questionado sobre uma revolução, o dirigente comunista garante que “nunca haverá mais uma como foi a de Abril” e esclarece que a revolução que defende “não tem que ver com golpes”, mas sim com uma “impetuosa acção dos trabalhadores e dos povos”.
Para Jerónimo de Sousa, “há um enfraquecimento da base social do Governo e um sentimento maioritário na sociedade para interromper este caminho e criar uma mudança”. Esta mudança, leia-se queda do Governo, acontecerá “numa acção enquadrada constitucionalmente”. “Lutamos no quadro da Constituição, não é como o Governo que foge dela”, acusa.
Quanto à greve geral e aos confrontos entre manifestantes e polícia no passado dia 14 de Novembro, Jerónimo de Sousa sublinha a grandiosidade da greve e acusa o Governo de esconder a dimensão do protesto com os incidentes registados.
“Foi uma grande greve geral, com uma grande dimensão. Quanto aos incidentes (…) serviram plenamente ao Governo para esconder o impacto e a dimensão da greve”, refere, acrescentando que a carga policial “era inevitável”. Contudo, considera “estranho” a polícia ter esperado uma hora para actuar, “tendo em conta que o problema eram 15 a 20 elementos”.