"O Livre exige uma aclaração sobre as condições desta dispensa e a garantia de que no lugar dela não se acumularão mais cortes, mais privatizações, mais desmantelamento do Estado Social, mais pobreza", afirmou o partido, em comunicado.
O partido diz recear que "esta dispensa seja a oportunidade e sirva de justificação para mais cortes, mais privatizações e mais austeridade".
A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, anunciou na quinta-feira a "decisão de não solicitar nova extensão que reabrisse o programa com a 'troika' e, consequentemente, de não poder receber o último reembolso do empréstimo do programa".
Segundo a ministra, "aquilo que o Governo decidiu não foi prescindir da 'tranche', decidiu não tomar medidas até ao final deste mês e não pedir uma extensão" e "o não recebimento da tranche é uma consequência destas decisões".
Para o Livre, esta decisão "comprova aquilo de que há muito se suspeitava: que o programa da 'troika' foi desde sempre usado pelo Governo como pretexto para a implementação de um programa altamente ideológico e que o Governo tem intenção de persistir nesta atitude mesmo para lá da vigência do programa".
"Suscita grave apreensão ao Livre a forma como este governo usa o país nas suas jogadas para efeitos políticos e, cada vez mais, já eleitorais", afirmam, reiterando a "convicção de que a austeridade praticada e ideologicamente patrocinada por este Governo força o país a um modelo de subdesenvolvimento, contrário à Constituição, aos anseios e às possibilidades da sociedade portuguesa".