Estas críticas à corrente que apoia o presidente da Câmara de Lisboa foram transmitidas à agência Lusa por António Galamba, membro do Secretariado Nacional do PS, depois de a Comissão Nacional de Jurisdição ter recusado o requerimento do grupo de apoiantes de António Costa para a realização de eleições diretas para o cargo de secretário-geral e para a marcação de um congresso extraordinário.
Segundo António Galamba, o parecer da Comissão Nacional de Jurisdição "deixa claro que não há congressos extraordinários eletivos e que os órgãos do partido estão no pleno gozo de funções".
"Os estatutos com estas regras existem há décadas e serviram para o funcionamento do partido com vários secretários-gerais. A direita [PSD/CDS] também diz que a Constituição não serve e até quer mudar os juízes do Tribunal Constitucional quando as decisões não são de acordo com os seus interesses", disse o dirigente socialista, numa alusão ao facto de o ex-ministro socialista Jorge Lacão (apoiante de António Costa) ter defendido a urgência de um congresso extraordinário para mudar os estatutos do PS.
Para o membro do Secretariado Nacional do PS, é mesmo "inaceitável a lógica de querer a Constituição ou os estatutos em função dos interesses particulares ou das ambições pessoais de cada momento".
"Não é próprio de um Estado de Direito Democrático", acentuou o membro da direção do PS.
Ainda em resposta à reação negativa ao parecer da Comissão Nacional de Jurisdição do PS por parte do ex-ministro dos Assuntos Parlamentares Jorge Lacão, o membro da direção liderada por António José Seguro contrapôs que "não se compreende este frenesim e esta agitação" entre os apoiantes do presidente da Câmara de Lisboa.
"As eleições no PS já estão marcadas para o dia 28 de setembro. Não confundam as pessoas, não fragilizem ainda mais o PS. As eleições estão marcadas para 28 de setembro", insistiu o dirigente socialista.
Em vez das questões em torno dos estatutos, António Galamba defendeu que "agora é tempo do debate que António Costa recusa e Seguro aceitou".
"Explico: não há debates nas televisões porque António Costa recusa debater com António José Seguro. Do que é que António Costa tem medo ?", questionou este dirigente socialista.