Seguro afirma que não teria negociado o memorando de 2011

O secretário-geral do PS afirmou hoje à Rádio Renascença que não teria negociado o memorando de assistência externa assinado em 2011 e disse que se sente um "pássaro fora da gaiola" neste momento da vida interna socialista.

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Lusa
24/06/2014 20:20 ‧ 24/06/2014 por Lusa

Política

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Estas declarações de António José Seguro podem já ser ouvidas na Rádio Renascença, sendo a entrevista com o líder socialista transmitida na íntegra a partir das 23:00 horas.

Numa entrevista em que fez duras críticas à decisão do presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, de avançar para a liderança do PS, Seguro também se referiu ao período final do segundo Governo liderado de José Sócrates, quando Portugal negociou o resgate financeiro com a ´troika' (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia).

"Um líder do PS, tal como entendo que deve ser um líder do PS, não enjeita nenhuma parte da História do partido e assume por inteiro o património, mas não trago nenhum passado de volta, porque estou concentrado no futuro. Se me dissesse que, se eu negociasse o memorando, se era este o memorando que tinha negociado, claro que não era", declarou António José Seguro.

Segundo o secretário-geral do PS, a partir do momento em que António Costa decidiu disputar-lhe a liderança do partido, a sua atitude mudou.

"Tinha um cuidado na utilização das minhas palavras e do discurso publico que hoje deixei de ter - um cuidado para contribuir para uma certa paz no PS e para afirmar a coesão do partido. Como tive oportunidade de dizer na reunião da Comissão Nacional [no domingo], hoje sinto-me um pássaro fora da gaiola. Recuperei totalmente a minha liberdade para dizer tudo aquilo que penso sobre a situação interna do partido", advertiu.

Seguro defendeu ainda que, ao longo dos três anos como secretário-geral, a sua prioridade "foi unir o PS".

"Também do ponto de vista discursivo dei passos nesse sentido, mas esse esforço - que era o meu dever como líder do PS -, como se verificou, não foi correspondido", referiu, numa alusão a deputados e dirigentes que apoiam António Costa.

Na entrevista, o secretário-geral do PS condenou os incidentes ocorridos no seu partido nos últimos dias, envolvendo apoiantes seus e apoiantes de António Costa, mas contrapôs com a necessidade de debates públicos nas televisões entre os dois candidatos às eleições primárias de 28 de setembro.

"Julgo que, se [António Costa} rapidamente aceitar esses debates, as coisas confrontam-se onde devem confrontar-se, no plano das ideias, das propostas e das atitudes políticas. Até agora, tirando a ambição pessoal de [António Costa] querer disputar o lugar, não se conhece uma motivação de projeto político", criticou.

O secretário-geral do PS acusou ainda António Costa de ter "fragilizado" o partido.

"Penso que o PS e muitos milhares de independentes que participaram no movimento Novo Rumo não mereciam que o PS estivesse neste momento nesta situação. O Governo está hoje menos intranquilo do que aquilo que poderia estar", acrescentou.

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