Carlos César falava aos jornalistas à margem da convenção "Mobilizar Portugal", que decorre hoje durante todo o dia em Aveiro, considerando que o Governo ficou com expectativas de tranquilidade e de recuperação com os resultados das eleições europeias mas que agora "está muito intranquilo com a perspetiva de António Costa ser o candidato a primeiro-ministro pelo PS".
"Eu tenho ouvido muitas vezes o António José Seguro falar e os seus apoiantes e fico um pouco entristecido nesta perspetiva: há uma tendência para comunicar com os portugueses como se os portugueses fossem o auditório infantil, como se fossem um clube de fãs que têm que estar sujeitos ao discurso vazio, inexpressivo, cheio de truques, dos comícios, das encenações tecno-mediáticas, do tiro o chapéu, ponho o chapéu, do toca um instrumento popular do folclore", criticou.
Para o ex-presidente do Governo Regional dos Açores "tudo isso é muito engraçado" mas "nada disso resolve qualquer problema dos portugueses".
"O partido só pode sair mais forte do desfecho deste debate e desta confrontação eleitoral que é própria da democracia. O partido ficou muito enfraquecido com os resultados das eleições europeias", reiterou.
Carlos César reafirmou que os resultados das europeias deixaram a "sensação de que o PS podia morrer na praia", defendendo ser preciso "uma liderança mais identificada com o sentir dos portugueses, mais mobilizadora, mais suscitadora de entusiasmos".
"E ao mesmo tempo da adesão de outras personalidades, de outros setores, que qualificam este PS que ficou debilitado com o resultado das europeias", acrescentou.
Para o mandatário nacional de António Costa, com a escolha do atual presidente da Câmara de Lisboa, "o Governo pode contar com uma alternativa mais forte do que aquela que tem tido".
Às eleições primárias do PS marcadas para dia 28, António Costa defronta o secretário-geral socialista, António José Seguro.