No encerramento da convenção "Mobilizar Portugal", em Aveiro, António Costa considerou que a resposta para um novo Governo do PS inverter o ciclo económico, sem comprometer a sustentabilidade do futuro, passa por um programa de recuperação económica e social, sendo um dos eixos "travar a austeridade, para devolver a confiança aos agentes económicos".
"É necessário aumentar o salário mínimo nacional. Houve um acordo na concertação social, pela primeira vez, que previa que, em 2011, o salário mínimo tivesse atingido os 500 euros. A crise económica levou ao congelamento do salário mínimo e à interrupção desta trajetória", recordou.
O candidato às primárias do PS fez as contas: "Se tivesse chegado, em 2011, à meta prevista e tivesse sido entretanto atualizado de acordo com a inflação, deveríamos chegar a 01 de janeiro de 2015 com um salário mínimo de 522 euros".
Para António Costa, "é necessário que a concertação social desbloqueie este congelamento", sendo "fundamental para travar a austeridade, aumentar e atualizar o salário mínimo".
"É para isso essencial que o Governo não impeça nem dificulte o acordo que existe entre sindicatos e patrões, para que este aumento seja possível", pediu.
O presidente da Câmara de Lisboa afirmou ainda que o "primeiro fator para devolver confiança, é dirigido aos pensionistas", com a garantia de "estabilidade das pensões já formadas", porque essa é a prova para "os atuais e futuros pensionistas que o Estado é uma pessoa de bem".
Além de travar a austeridade, os dois outros eixos do programa de recuperação económica e social, elencados por António Costa passam por "desbloquear as necessidades de capitalização e financiamento das empresas" e "adotar políticas ativas de emprego que sejam consentâneas com a nossa estratégia de desenvolvimento".
Criação de emprego, recuperação do investimento abandonado, redução da dependência económica, reforço da equidade territorial no todo nacional e um efeito virtuoso na estratégia de consolidação orçamental e da dívida pública são os cinco objetivos traçados pelo candidato às primárias do PS, para o programa de recuperação económica e social.
António Costa garantiu ainda total empenho numa "estratégia nacional de combate à pobreza infantil e à pobreza juvenil".
"É preciso, de uma vez por todas, resolver esta trapalhada que o Governo criou com um novo Banco do Fomento de que acaba de se demitir o presidente indigitado para a sua constituição. Parem e utilizem a Caixa Geral de Depósitos de uma vez por todas, como banco público nacional, para apoiar as empresas e o investimento", disse ainda.
Considerando que o visto gold tem sido "uma medida de sucesso", o socialista diz ser "imperdoável" que este seja utilizado "sobretudo para escoar o imobiliário acumulado nos balanços dos bancos e não para financiar empresas novas, inovadoras e novos investimentos que criem emprego e riqueza em Portugal".
Defendendo uma nova atitude de Portugal na Europa, Costa quer que o euro seja uma moeda de todos e não só de alguns, garantindo que o PS não está arrependido e tem orgulho do que fez no passado pela Europa.