“Desiludida não” e tão pouco “arrependida” por se ter mostrado disponível para assumir o cargo de comissária europeia, Maria João Rodrigues garantiu, em entrevista ao Diário de Notícias, que cumpriu o seu “dever”, mas que a expectativa para que a sua candidatura fosse considerada pelo Governo “não era elevada”.
“No meu caso, ressaltava a pasta que impulsionará a agenda de crescimento e emprego europeia e a reforma da zona euro, já que é aí que tenho particular reconhecimento europeu. Sucede que me parece ser uma pasta de interesse vital para o país”, afirmou a eurodeputada do PS.
Contudo, e apesar de ter colaborado no passado com Juncker, não foi a escolha do primeiro-ministro. Na verdade, o seu nome nem sequer foi referido na lista que o futuro presidente da Comissão Europeia pediu ao Governo português, “embora ele o esperasse”.
Quando questionada sobre se Juncker terá pedido a Passos Coelho para optar por Maria Luís Albuquerque, Maria João Rodrigues afirma: “Não creio que Juncker tenha referido nomes concretos na primeira conversa, mas é altamente plausível que tenha dito que poderia ter acesso a uma pasta de maior relevo, se apresentasse mulheres com um currículo forte”.
Tendo Carlos Moedas sido escolhido para comissário europeu, a socialista teme que haja problemas na aprovação da Comissão, uma vez que “Juncker não está a conseguir chegar à percentagem mínima de mulheres. E Portugal não ajudou, porque é o único antigo Estado-membro que nunca teve um comissário mulher”.