“PARA PONDERAÇÃO AINDA HOJE” foi o título escolhido por Santana Lopes para um post que publicou na sua página na rede social Facebook e no qual aborda a questão do BES, frisando que “anuncia -se uma solução dicotómica (...) nos termos da Comunicação da Comissão Europeia de 1 de agosto de 2013 que expõe as novas regras de recurso a uma linha de recapitalização torna o novo regime especialmente gravoso para os acionistas”
Mas “pondere - se, no entanto, o seguinte”, refere o provedor da Santa Casa da Misericórdia, passando a enumerar oito pontos que considera preponderantes e objeto de reflexão como, por exemplo, o facto de “esta ser a primeira vez que o novo sistema vai ser aplicado” pelo que “nós, portugueses, devemos ter cuidado em sermos, de novo, ‘cobaias’ do experimentalismo sócio - financeiro de alguns, plutocratas da União Europeia e de um sistema de supervisão recheado de histórias de malogros”.
Além disso, recorda, “o Banco de Portugal andou estas semanas a garantir que o BES estava seguro e que tinha capitais bem acima dos ratios legais pelo que tinha a sua solvabilidade garantida”. Também “o novo chairman, Vítor Bento, (...) escreveu uma carta (...) garantindo que todos podiam estar seguros quanto à confiança que o BES merecia”.
Acontece que “depois dessas declarações e desses comunicados as ações do BES continuaram cotadas em Bolsa e os depositantes, clientes e pequenos investidores acreditaram na palavra dos citados responsáveis” que, “pelos vistos, se enganaram redondamente, o que é, obviamente, gravíssimo”.
Santana Lopes questiona porém porque “devem pagar todos os acionistas pela mesma moeda, tenham tido, ou não, responsabilidades na gestão ou na escolha dos gestores”, contestando que “os pequenos investidores” sejam “tratados como se fossem todos da Família Espirito Santo”.
Outra crítica reside no facto de, lê-se no ponto 8, e último, Vítor Bento ter sido “nomeado para gerir o BES, não para ser o chairman de um Banco novo sem problemas”.
Refira-se que, ontem o governador do Banco de Portugal anunciou, em conferência de imprensa, a solução para a crise no BES: dividir os ativos, colocando os problemáticos no chamado 'bad bank' ('banco mau'), que terá uma administração própria para os gerir e não terá licença bancária, apesar de manter o nome BES, e o chamado 'banco bom', que se designará de Novo Banco, e para o qual será “transferido o essencial da atividade até aqui desenvolvida pelo Banco Espírito Santo”, caso dos depósitos, assim como todos os trabalhadores e restantes recursos, caso das agências.
Veja aqui o post de Santana Lopes.