Hoje foi a vez de Paulo Portas comentar o ‘Caso BES’. Em conferência de imprensa, esta manhã, depois de uma reunião com o ministro da Defesa de Moçambique e candidato presidencial da Frelimo, o vice-primeiro-ministro afirmou que a solução do Banco de Portugal para o BES “trava ruturas no crédito, contribui para a estabilidade do sistema financeiro como um todo, evitando uma crise desordenada e não controlada que destabilizaria todo o sistema financeiro”.
Além disso, continuou, “protege os depósitos, os contribuintes, salvaguarda postos de trabalho e evita ruturas de crédito à economia no preciso momento em que a economia mais precisa”.
Esta foi, na opinião de Paulo Portas, a opção “mais aceitável de entre as possíveis”, porque, defendeu, “a nacionalização, como aconteceu com o BPN, obrigou o contribuinte a pagar milhares de milhões de euros. O que seria uma tragédia, um desastre". Seria "passar para o contribuinte a fatura do prejuízo”.
Já sobre o cenário de “recapitalização pública”, o vice-primeiro-ministro explicou que seria “bastante limitado pelo formativo europeu e, por outro lado, em tese, o Estado poderia entrar nos prejuízos, quando devemos limitar essas responsabilidades o mais possível”.
Questionado sobre a acusação do PS de que o Governo realizou um Conselho de Ministros “clandestino” no passado domingo, que aprovou a alteração do regime aplicável aos bancos de transição, Paulo Portas recorreu ao “regimento deste órgão” para explicar que lá consta a possibilidade de quando em causa estão “questões urgentes” ser possível pedir “a opinião dos ministros por via eletrónica, desde que todos sejam ouvidos”.
“Estamos no século XXI”, concluiu Portas, garantindo que “não há nenhuma clandestinidade” no Conselho de Ministros que alterou o regime aplicável aos bancos de transição para promover uma gestão “eficiente” e facilitar “a procura de soluções de mercado”, segundo um decreto-lei publicado ontem em Diário da República.