O recém-eleito presidente da Comissão Europeia, Jean- Claude Juncker, solicitou aos países que indicassem mulheres para o colégio de comissários. O objetivo é ultrapassar a barreira das nove comissárias da governação de Durão Barroso. Mas a tarefa parece não estar a ser fácil.
Até agora, e num momento em que falta apenas que cinco países indiquem os seus comissários, Juncker conta apenas com quatro mulheres. Um cenário que, destaca hoje o Diário Económico, pode travar a ida de Carlos Moedas para Bruxelas.
O escolhido de Passos Coelho para integrar a nova Comissão Europeia pode ser chumbado no Parlamento Europeu por tratar-se “apenas de um secretário de Estado num conjunto de nomes já conhecidos, recheados de ex-ministros e ex-primeiros-ministros”, além de, justifica o especialista em questões europeias Paulo de Almeida Sande, contar “com a oposição assumida por Maria João Rodrigues, vice-presidente dos socialistas e alguém de grande influência dentro do grupo”.
Questionado sobre este facto, a socialista afirma que “a comissão tem vantagem em ser constituída por pessoas com trabalho feito à escala europeia, o que não é o caso de Carlos Moedas”. A juntar a isto, acrescenta Maria João Rodrigues em declarações ao Diário Económico, “Juncker já disse que a sua prioridade vai ser o crescimento, emprego e investimento, e a escolha de Moedas não parece sintonizada com estas prioridades”.
A favor de Portugal poderá estar, no entanto, “a dívida de gratidão que Juncker tem para com Passos Coelho”, comenta o eurodeputado Paulo Rangel. Visto que, lembra, o primeiro-ministro português saiu em defesa do governante luxemburguês numa reunião do PPE pós-eleições em que chanceler Merkel pretendia “deixar cair Juncker para agradar ao Reino Unido”.