Após apenas sete dias de aterrar em Bruxelas, Marinho e Pinto já tem data para fazer as malas e regressar a Portugal. A revelação é feita, esta sexta-feira, ao Jornal de Notícias (JN) pelo próprio, com a justificação de que “os problemas nacionais são mais graves do que os europeus”.
“Só não estou desiludido” com o hemiciclo europeu “porque não tenho idade para ter ilusões”, pelo que, diz, “saiu menos europeísta do que [quando] entrei”. Até porque, acrescenta, em pouco tempo, “percebi que o elemento agregador da Europa não está nos ideais nem nas políticas, mas no dinheiro. E eu não acredito numa organização toda construída em torno desse dinheiro”.
E o que fará quando regressar a Portugal? “Tenciono candidatar-me à Assembleia da República, onde faço mais falta para resolver os problemas políticos dos portugueses”, afirma Marinho e Pinto, esclarecendo que “isto, sem prejuízo de, depois, poder também candidatar-me às presidenciais”.
Outra questão abordada nestas declarações ao JN é o rendimento, por ele considerado “vergonhoso”, auferido pelos eurodeputados e que pode chegar aos 17 mil euros/mês, no caso de Portugal um valor muito superior à média salarial. Um facto que, advoga, “transforma a defesa dos seus interesses em mera retórica”.
Mas Marinho e Pinto não tenciona abdicar dele: “Sou pobre, preciso do dinheiro, tenho uma filha no estrangeiro” e “não sou a favor da caridadezinha, tenho os meus gestos de solidariedade mas nunca os divulguei nem nunca o farei”.
Apesar de mais de 7% dos portugueses ter votado nele nas eleições europeias, o ex-bastonário da Ordem dos Advogados justifica que “continua na luta” e que “a guerra tem várias trincheiras” sendo que a próxima em Portugal.