“Como é que é possível um comentador (Luís Marques Mendes), na véspera de o Banco de Portugal anunciar o que anunciou ao país, ser completamente esclarecedor sobre o que no dia seguinte o governador iria anunciar relativamente ao BES?”, questionou João Semedo, esta quarta-feira, em declarações aos jornalistas.
O líder do Bloco de Esquerda debruçou-se, na sua declaração, sobre as fugas de informação que têm acontecido em torno do Banco Espírito Santo, classificando-as de “reprováveis e condenáveis”.
“Como é que Luís Marques Mendes, ex-presidente do PSD, tomou conhecimento tão pormenorizado sobre o que só 24 horas depois foi anunciado?”, prosseguiu, alargando a questão a “outros altos dirigentes do PSD ou sem ser do PSD”.
"Não compreendemos que o Governo nada diga, nada faça, nada esclareça. Consideramos inadiável que o Governo determine, o primeiro-ministro determine, a realização de uma sindicância ao Governo, ao conselho de ministros, para que haja um completo esclarecimento sobre estas fugas de informação e que essa sindicância deve ser dirigida por um juiz escolhido e indicado pelo Conselho Superior de Magistratura", afirmou o coordenador do BE, numa conferência de imprensa na sede do partido.
Nas palavras de João Semedo, “não é a primeira vez que Marques Mendes funciona como porta-voz do Governo, algo que não é aceitável. Faltou esclarecimento, informação, transparência e verdade. O Governo e o Banco de Portugal ocultaram mais do que informaram. A informação foi dirigida a certos privilegiados”.