Sob o título ‘A miniatura’, o socialista Correia de Campos escreve hoje, como habitualmente, no jornal Público, desta feita sobre o PS, designadamente acerca da "candidatura de António José Seguro para responder ao repto interno lançado por Costa”.
“Não gosto de ver o meu partido a fazer má figura, para gáudio do Governo”, pelo que, “por dever de cidadania devo ajudar criticamente esta candidatura [a de Seguro] a melhorar o seu desempenho”.
E como? Primeiro pondo um ponto final a “banalidades e truísmos” como, destaca, “afirmar que a solução do crescimento e emprego está na promoção da indústria. Ninguém discorda, mas poucos indicam o caminho para lá chegar”. Em segundo, fazer o equilíbrio entre o “protagonismo e assertividade”, evitando situações como “a visita ao governador do Banco de Portugal” ou ser “recebido com honras de governante pelo ministro da Administração Interna”.
O antigo ministro da Saúde prossegue não poupando farpas a Seguro, considerando ainda que o atual líder 'rosa' resolveu "adotar a tática do 'queixinhas'".
Numa espécie de terceiro ponto, Correia de Campos contesta as “promessas e indecisão” da candidatura de Seguro, nomeadamente no que diz respeito aos pensionistas que “não pagarão nenhuma taxa de sustentabilidade”. “A mim dava-me jeito, mas parece-me fartura a mais. Com este ou outro dispositivo, onde vai ele [Seguro] conseguir o equilíbrio orçamental exigido pelo semestre europeu que todos aprovámos?”, questiona.
“A candidatura de António José Seguro levou-o”, conclui o socialista, “a adotar desde o início uma tática do ‘queixinhas’. Queixa-se de ser desafiado quando tinha (mal) ganho duas eleições, esquecendo os municípios que perdeu (...) e confundindo um ganho modesto nas europeias com uma grandiosa vitória”, e “queixa-se de ser forçado a apresentar uma moção às diretas, quando foi ele que desenhou todo o processo para fustigar Costa e queimar terra para que não cresça semente”.
Face a este “festival quotidiano de banalidades e truísmos, ideias soltas em sementeira dispersa, confusão de protagonismo com assertividade, promessas de indecisão onde deveria haver ação, generosidade extemporânea e, como não podia deixar de ser, vitimização”, a candidatura de Seguro, remata Correia de Campos, “não contribui para levantar a moral do país e não ajuda o PS”, arriscando transformar-se assim no “candidato em miniatura de primeiro-ministro”.
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