De um lado está um candidato ‘segurista’. Do outro, um candidato ‘costista’. No meio, o alegado pagamento maciço de quotas em atraso, contemplando pessoas mortas, doentes acamados ou emigrantes.
O caso reporta ao PS de Braga, que conta com dois candidatos de polos opostos no âmbito das eleições distritais. De acordo com o Diário de Notícias, 2.294 militantes há mais de cinco anos inativos ficaram, repentinamente, com as quotas pagas, tendo sido despendidos para esse efeito 123.876 euros. E quem pagou este montante?
Ora, a direção nacional do PS, a quem a Comissão Organizadora do Congresso (COC) de Braga para o Secretariado Nacional do partido solicitou “o completo e integral esclarecimento do processo de regularização do pagamento das quotas”, escusou-se a fazer prova documental desse mesmo pagamento, indica o Diário de Notícias, que cita a exposição daquele órgão, em que estão representadas as duas fações no seio do partido.
Os argumentos apresentados pela direção nacional ‘rosa’ para justificar a recusa prendem-se com a não autorização para o tratamento de dados pessoais por parte de visados, bem como com a quebra do sigilo bancário que tal divulgação acarretaria.
Ainda a propósito deste insólito, o presidente da COC de Braga, António Ramalho, observa, no entanto, que tem dúvidas face ao efetivo pagamento das quotas, uma vez que “nos ‘mentideros’ ouvem-se muitas histórias”.