Seguro diz que voto de agricultor é igual ao de um doutor

O candidato socialista às primárias do PS António José Seguro afirmou hoje que, na República, todos têm o mesmo voto e que o voto de um agricultor em Montalegre é precisamente igual ao de um doutor em Lisboa.

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Lusa
06/09/2014 06:22 ‧ 06/09/2014 por Lusa

Política

PS

Em Montalegre, distrito de Vila Real, Seguro encontrou uma sala cheia de militantes e simpatizantes e aproveitou, por isso, para insistir no apelo à mobilização e ao voto nas eleições primárias do dia 28.

Aqui, o candidato que é também secretário-geral do PS lembrou "o valor da palavra" e frisou que "na política não vale tudo" e que "Portugal precisa de mudar".

"E sabem porque é que ninguém nos vai parar? Porque na República todos nós temos o mesmo voto e o voto de um agricultor em Montalegre é precisamente igual ao voto de um doutor em Lisboa", salientou.

No decorrer desta semana, históricos do PS como Jorge Sampaio, Almeida Santos, Manuel Alegre e Vera Jardim manifestaram apoio à candidatura de António Costa, adversário de Seguro nas primárias.

Em Montalegre, António José Seguro afirmou que a "República não tem tutelas e o PS não tem donos".

"Não, desta vez é a vez do povo. É a voz do povo que nós precisamos fazer ouvir. Desta vez vamos dizer de norte a sul, das regiões autónomas ao interior de Portugal, que há uma mudança que está nas nossas mãos e que não vamos deixar perder a oportunidade", sublinhou.

A poucas semanas das diretas, Seguro voltou a afirmar que o PS não merecia a crise aberta e considerou que esta "crise abre um precedente gravíssimo na vida do partido".

"É que se ela não for combatida, então o sinal que se dá é que no PS vale tudo. Não interessa os momentos em que há eleições, porque ficará sempre alguém à espreita de uma oportunidade para poder dar satisfação à sua ambição pessoal", sustentou.

O secretário-geral do PS disse que quer uma "democracia de confiança" em Portugal e, para isso, defendeu que é preciso "apurar todas as verdades".

"E, no caso do Banco Espírito Santo (BES), toda a verdade tem que vir ao de cima e todas as instituições da política, do Governo, da justiça, do sistema financeiro e bancário têm que assumir as suas responsabilidades para que nenhuma verdade fique escondida e nenhuma responsabilidade fique por apurar", salientou.

Seguro insistiu também numa "fronteira nítida" entre política e negócios.

O candidato diz que não é um "super-homem" e que não tem uma "varinha mágica" para resolver os problemas do país, mas confessou ter o sonho de fazer com que Portugal seja "um país próspero", "justo e solidário".

Para isso, sublinhou que a sua prioridade está a criação de emprego e de trabalho, de forma a resolver a "maior chaga social" que afeta o país.

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