"Não vou concorrer. Há quase trinta anos que estou na política, só com uma pequena interrupção. Comecei como secretário de Estado quando tinha 29 anos. Estive no Governo em Portugal como ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro. Fui líder da oposição e agora, há dez anos que sou presidente da Comissão Europeia. Penso que preciso, pelo menos mereço, uma pausa da política e estou muito feliz", disse Durão Barroso.
Durão Barroso, que deixará a presidência da Comissão Europeia em novembro, disse à estação de televisão britânica que será "um homem livre a 1 de novembro" e será "muito feliz" com a sua decisão.
A 15 de julho, o luxemburguês Jean-Claude Juncker foi eleito presidente da Comissão Europeia pelo Parlamento Europeu.
Em março deste ano, Durão Barroso já adiantava não ter "qualquer intenção" de se candidatar a Belém quando questionado sobre o seu futuro após a passagem por Bruxelas, numa entrevista à SIC/Expresso.
"São 30 anos, sabe, praticamente sem qualquer interrupção, 30 anos de vida política muito intensa - estes dez últimos anos, então, em crise permanente. Acho que até os meus críticos reconhecem que foram os anos mais difíceis da integração europeia. Este período constituiu os anos mais difíceis, com uma tensão permanente", declarou Durão Barroso na entrevista à SIC e ao semanário Expresso, conduzida pelo jornalista Ricardo Costa.
"Eu acho que neste momento, por várias razões - algumas até pessoais -, é importante respirar, ter uma pausa, pensar, refletir", acrescentou então.