Depois de o Governo ter anunciado o Fundo de Apoio Municipal, numa análise aos resultados eleitorais das 19 autarquias em risco de falência, desde 1976, realizada pelo jornal i, concluiu-se que 90% destes municípios estiveram sob o comando do PS e PSD. Estas autarquias estão agora ‘encostadas à parede’ e terão de recorrer ao fundo.

Nos casos mais extremos, há quem tenha estado à frente do destino de autarquias durante 40 anos, mas que exclua responsabilidades próprias no momento financeiro vivido pela câmara que tutelava até há anos. Este é o caso, referido pelo jornal i, de Jaime Marta Soares que comandou os destinos de Vila Nova de Poiares durante o período referido.

Contas feitas, nas 19 autarquias o PSD venceu 95 eleições, desde 1976, e o Partido Socialistas conquistou 90 mandatos.

No total são 650 milhões de euros que o Governo injetará no FAM e os municípios ficam aí com sete anos para compor as suas contas, mas vamos caso a caso indicar responsabilidades.

Paços de Ferreira – Desde 1982 foi comandada pelo PSD a câmara apenas em 2013 mudou de cor política, passando a ser governada por um socialista.

Fornos de Algodres – Durante quase 40 anos só governaram social-democratas. Em 2013, porém, a câmara passam para as mãos do PS.

Aveiro – Aqui também só em 2013 o PS conquistou o município. A câmara está hoje na falência mas de 2012 para 2013 a taxa cobrada de IMI foi reduzida quase 65%.

Santa Comba Dão – O bloco central tem sido a toada neste município. O executivo alternou entre PS e PSD nove mandatos, nos outros dois, o CDS chegou à liderança através da Aliança Democrática.

Nazaré – a repartição de responsabilidades é feita em 70% para o PS e 30 para o PSD. Até 1997 a câmara foi socialista, virou depois para o PSD e em 2013 voltou a ser rosa.

Vila Nova de Poiares – Comandado por Jaime Marta Soares a câmara tinha, à data da sua saída de funções, 20 milhões de euros de passivo.

Cartaxo e Portimão – Aqui o comando foi quase sempre do PS nos últimos 40 anos, sendo que no primeiro município apenas por três vezes os socialistas ficaram afastados da maioria absoluta.

Castanheira da Pera – Esta freguesia apenas por uma vez teve um mandato do PSD, e as vitórias socialistas aqui chegaram a ser de 74%, em 1997.

Alfândega da Fé – Responsabilidade repartida entre os três partidos do arco da governação.

Celorico da Beira – Uma vitória do Movimento Partido da Terra, em 2001, é das poucas nuances entre autarquias falidas. Aqui o poder esteve quase sempre na mão do PSD, da AD ou do PS.

Freixo de Espada à Cinta – A câmara foi quase sempre dominada pelo PSD e pelo PS, que foram dominando alternadamente o executivo.

Fundão – Com 64,3% dos votos a maior vitória pertenceu ao PSD em 2005. O passivo do município, em 2013, era avaliado em 50 milhões de euros.

Seia – Apenas um mandato, entre 1989 e 1993, não pertenceu a autarcas socialistas e essa alteração só se deveu a uma mudança política do presidente do PS para o PSD.

Alandroal – é a única autarquia alentejana a passar por necessidades e também dos poucos exemplos de repartição de responsabilidades. Por esta autarquia passaram FEPU, APU, CDU, PS e até os independentes do XIV.

Vila Real de Santo António – mais um exemplo de dominância partilha. Pelos comandos da autarquia passaram PS, APU e PCP, até 2005, altura em que passou a ser governado pelo PSD.

Açores - Nordeste – Só com as eleições de 2013 o PSD perdeu força aqui. O ano passado foi considerado o município com menor independência financeira do país.

Açores – Vila Franca do Campo – em 2009 trocou de mãos. O PSD deu lugar ao PS. Em 2013, aqui foram cobrados 9,5 milhões de euros em impostos pelo município.

Madeira – Machico – PSD com sete mandatos e PS com três só por uma vez deixaram que alguém se intrometesse entre eles, quando a UDP conquistou um mandato.