À margem das comemorações dos 35 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), na Universidade Nova de Lisboa, Passos Coelho comentou as mais recentes mexidas no Novo Banco, nomeadamente a saída de Vítor Bento e consequente entrada de Stock da Cunha, elogiando o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, pelas “boas decisões que tem vindo a tomar”.
O Governo “fez tudo o que estava ao nosso alcance para dar todo o apoio ao governador do Banco de Portugal (BdP) nas boas decisões que tem vindo a tomar, minimizar riscos e promover um boa venda do Novo Banco, que agora está filiado no fundo de resolução mas que precisa de um comprador”.
Passos reiterou ainda que o BdP, no âmbito das suas funções, atuou bem relativamente ao BES e quando decidiu fazer a resolução do banco teve 100% de apoio do Governo”, pelo que, acrescentou, “agradecemos ao senhor governador [Carlos Costa] por não ter andado a tapar o sol com a peneira ou a empurrar [o problema] com a barriga para a frente como eventualmente se fez no passado”.
“Gostaríamos que tal não tivesse acontecido. Os portugueses não o mereciam. Mas também [trata-se de uma situação que] não ajuda um Governo que tem eleições daqui a um ano”, afirmou o primeiro-ministro, esclarecendo porém que ainda assim “não estamos aborrecidos” porque “quando temos um problema temos de o resolver”.
Mas o melhor é que se resolva o mais rápido possível, disse Passos, porque “quanto mais tempo decorrrer mais riscos serão enfrentados”, pelo que “todo o sistema financeiro, que suportará esses riscos, tem também interesse em que este processo não se arraste”, afastando por isso qualquer relação com as legislativas de 2015. "A preocupação é apenas a de garantir que o sistema financeiro suporte o menor risco", garantiu.
No caso BPN, lembrou, foram os cidadãos, através dos impostos, quem suportou os custos, “neste caso serão os bancos, através do fundo de resolução. Por isso precisamos de bancos saudáveis e de que este processo se desenvolva da forma mais espedita possível”, ou seja, esclareceu, “vender [o Novo Banco] nas melhores condições para minizar a incerteza”.
Nestas declarações aos jornalistas, Passos Coelho remeteu mais esclarecimentos para o governador do BdP, a ministra das Finanças e a nova administração do Novo Banco, referindo ainda que não está “em condições de dar uma resposta sobre interessados porque não houve ainda um processo organização de consulta a esse respeito ao mercado”.