Duarte Marques do PSD, Ribeiro e Castro do CDS, Pedro Delgado Alves do PS e Cecília Honório do Bloco de Esquerda (BE) aceitaram o desafio do Público e comentaram o ‘fenómeno Marinho e Pinto’.
Os partidos mais à direita reconheceram estatuto político ao ex-bastonário, já os da esquerda (à excepção do PCP que não participou) uniram-se para chamá-lo de populista. Mas todos concordaram com o facto de se tratar de um fenómeno que não terá pernas para andar até às legislativas.
Do lado do PSD, Marinho foi definido como “consequência dos erros dos partidos” e como uma “machadada na credibilização dos partidos”. “Mas é como o fenómeno Manuel Alegre. Quando se tenta transformar uma votação num movimento político, isso morre por si”, disse Duarte Marques.
O social-democrata descreve ainda o agora político como um “produto mediático, um combatente por determinadas causas (…) mas é um fenómeno de incoerência”, relembrando o episódio em que lamentou o salário de mais de quatro mil euros quando também diz lutar contra abusos e privilégios.
Do lado dos centristas, a opinião de Ribeiro e Castro não varia muito e defende que é difícil enquadrar estes “fenómenos erráticos e de ocasião”. “As pessoas votaram para desabafar, não estavam a escolher nada”, disse, referindo-se às eleições europeias.
Para Ribeiro e Castro é “um grande atrevimento” prever que Marinho e Pinto se mantena firme na política até as eleições de 2015.
Já na esquerda, a palavra “populista” foi a que mais se fez entoar. Cecília Honório diz tratar-se de “um fenómeno fugaz que se desacredita a si próprio pelo vazio de debate político”. Pedro Delgado Alves mantém a mesma linha de pensamento que a deputada bloquista e diz que não vê “solidez no posicionamento ideológico” do ex-bastonário dos Advogados.