A denúncia que acusa Passos Coelho de receber dinheiro, de forma regular, durante três anos em que seria deputado em regime de exclusividade refere também um antigo companheiro de partido do primeiro-ministro, João Luís Gonçalves. A Procuradoria-Geral da República (PGR), no entanto, não o ouviu.
Conta o Público que a abertura autónoma de inquérito só foi decidida já depois de Passos anunciar que ia pedir esclarecimentos e que apenas os livros da Tecnoforma, referentes ao período entre 1997 e 2001, foram consultados, permitindo um ‘arquivamento-relâmpago’ do caso.
João Luís Gonçalves foi secretário-geral da Juventude Social Democrata numa altura em que Passos Coelho liderou a juventude ‘laranja’. Este advogado foi também membro fundador do Centro Português para a Cooperação (CPPC) e, posteriormente, acionista da Tecnoforma.
Para a PGR, porém, não havia razões para o ouvir, apesar de o seu nome surgir na mesma denúncia anónima contra Passos Coelho.
Na denúncia, conta o Público, é referido que João Luís Gonçalves também recebia dinheiro de forma regular da mesma entidade que o atual primeiro-ministro. A remuneração seria de cerca de 500 contos (2.500 euros) por mês e saía da Tecnoforma e da Liana, uma empresa dissolvida em 2011.
De fora das inquirições, além do advogado ex-JSD, terão ficado ainda elementos como as contas desta última empresa, a Liana, a contabilidade do CPPC, bem como outra documentação da Tecnoforma, acrescenta o mesmo jornal.