Há um ano que é presidente da bancada parlamentar comunista e, quando questionado pelo Sol sobre a sua estratégia, João Oliveira revela que “o PCP não procura construir o seu reforço à custa das fraquezas dos outros. A verdade é que provou o contrário. O PCP reforçou-se eleitoral e politicamente. E a ideia do PCP como partido do passado é um preconceito que a realidade se tem encarregado de derrubar”.
O deputado comunista admite ainda que o grupo parlamentar teve de ter uma “reação rápida” para combater a “situação política, económica e social”. “Penso que o grupo parlamentar do PCP conseguiu dar uma muito boa resposta”, defende.
O político refere que “um comunista tem de fazer um esforço permanente de atualização na perceção da realidade. Mas é claro que há problemas dos jovens que compreendemos melhor por sermos jovens também”, seja pela imigração ou por não se conseguir constituir família.
Quanto ao Governo atual, as críticas foram duras. “O Governo deve ser demitido e devem ser convocadas eleições antecipadas, por causa da política praticada, em confronto e violação da Constituição”.
Com a aproximação das legislativas, muitas são as movimentações, mas João Oliveira não se sente intimidado. “O aparecimento de novas forças não deve assustar ninguém, se o objetivo for o reforço da construção de uma política de esquerda”. No entanto, considera Marinho e Pinto uma “preocupação”, pelo “alinhamento que tem assumido com o PSD e PS e a falta de solidez das suas posições”.
Sobre os temas que têm marcado a atualidade, como as eleições históricas do PS ou o caso Tecnoforma, que envolve o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, o líder da bancada do PCP diz ser urgente que “o primeiro-ministro esclareça por que não declarou no seu registo de interesses a sua atividade no Centro Português para a Cooperação (CPC)".
Relativamente à batalha Costa vs Seguro, João Oliveira concorda com Jerónimo de Sousa quando disse que era uma farsa. “O PS encenou uma farsa: não há candidato a primeiro-ministro. Uma farsa que tem subjacente a ideia de bipolarização entre PS e PSD, que procura afastar das oposições políticas todas as outras forças. Recusamos todos os caminhos que sirvam para alimentar essa lógica”.