Marinho e Pinto fará a apresentação do seu Partido Democrático e Republicano, amanhã, domingo, 5 de outubro. A data foi escolhida propositadamente, e salienta o ex-bastonário da Ordem dos Advogados, em entrevista à TVI 24, que se tiver força política para isso repõe este feriado, porque “parece que aconteceu [foi abolido] por oportunismo político pela negativa”.
Defendendo que o seu partido se “faz com ideias e ideais”, garante não ter um “tostão em caixa” e assegura que se chegar ao poder tentará alterar a lei das subvenções estatais aos partidos.“Acho que os partidos hoje estão a receber quantias demasiado elevadas de um Estado que está a mendigar, que não tem dinheiro, mas é muito generoso com os deles. Dar 3,10 euros por cada voto, todos os anos, e depois isentar os partidos de impostos, parece um privilégio que não devia existir”, explicou.
Noutro ponto, sobre a reforma e o caos na justiça, diz que o estado atual das coisas já era previsível, dada a forma como a pasta tem sido gerida. “A forma leviana, demagógica e populista como se alteram leis, se fazem reformas, como se mexem em tribunais e processos das pessoas, pelos burocratas ali do Terreiro do Paço, que mexem nestas coisas como se fossem peças de xadrez, pessoas que não percebem o país, faziam prever que, mais tarde ou mais cedo, isto havia de acontecer”.
O antigo bastonário da Ordem dos Advogados, refere que não percebe a posição dos juízes, que diz terem já conhecimento desta situação com o CITIUS, diz estranhar o silêncio de Cavaco Silva e apelida Paula Teixeira da Cruz de “barata tonta”.
“Está em causa o funcionamento dos tribunais. O silêncio do Presidente da República é ensurdecedor. Cavaco teve posturas face ao anterior governo quase hostis, e agora está calado. Tem-se portado quase como se fosse presidente do PSD e não presidente da República”, afirmou para dizer, logo de seguida, que considera ser o “próprio estado de direito que fica posto em causa quando a justiça deixa de funcionar”.
“Isto quando as trompetas ministeriais anunciavam a reforma do século, quando na verdade se cria o caos. Isto não era previsível? A ministra da Justiça porta-se politicamente como uma barata tonta. Se este país fosse um pais decente, se o primeiro-ministro tivesse uma visão equilibrada das coisas, se Cavaco cumprisse as suas funções, esta ministra há muito tempo tinha ido embora”, conclui.