Passos rejeita cenário do PS sobre educação, justiça e pobreza

O primeiro-ministro rejeitou hoje o cenário traçado pelo PS sobre a situação nos setores da justiça e da educação e, ao contrário dos socialistas, sustentou que o risco de pobreza não aumentou em Portugal nos últimos anos.

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Lusa
10/10/2014 11:58 ‧ 10/10/2014 por Lusa

Política

Parlamento

Os temas da educação, da justiça e da pobreza foram levantados pelo presidente do Grupo Parlamentar do PS na sua primeira intervenção, enquanto líder da bancada socialista, durante o debate quinzenal na Assembleia da República.

"O Governo está esgotado e com ele o país está a esgotar-se. Nas últimas semanas houve a instalação da ideia de incompetência com a tragédia da colocação de professores na educação e com a paralisação grave do sistema de justiça. Mas haverá só incompetência? Penso que há acima de tudo falta de respeito pelas pessoas", advogou o ex-secretário-geral do PS.

Ferro Rodrigues advertiu depois que, tratando-se ou não (como defende o Governo) de minorias que se encontrem a ser afetadas, há em todo o caso questões como os direitos, as legítimas expetativas, o respeito pelo Estado de Direito e pela Constituição.

"Na educação, a situação é caótica, principalmente ao nível da educação prioritária, estando a ser penalizados logo os alunos mais pobres", apontou.

Na resposta, Pedro Passos Coelho frisou que nunca fugiu às suas responsabilidades, "mesmo quando os assuntos não são cómodos".

"Não deixo os membros do meu Governo a lidarem sozinhos com os problemas e procuro com eles resolvê-los", disse o líder do executivo, recebendo uma prolongada salva de palmas por parte das bancadas da maioria PSD/CDS.

O primeiro-ministro rejeitou depois a tese de que haja incompetência nos setores da educação e da justiça, defendendo, em contraponto, que "houve problemas que emergiram no contexto de reformas importantes que estão a ser feitas".

Pedro Passos Coelho referiu-se depois especificamente ao processo de colocação de professores.

"Ninguém até hoje contestou a necessidade de reforma face aos processos deficientes de colocação de professores antes existente - e foi por essa razão que o sistema foi alterado. Houve transtornos para professores, estudantes e famílias, claro, e o Governo assumiu um erro que, não sendo materialmente do membro do Governo, não deixou por tutela política de ser reconhecido e corrigido", salientou o primeiro-ministro, apontando então que o anterior diretor geral se demitiu das suas funções.

Após as questões da educação e da justiça, Ferro Rodrigues acusou o Governo de reduzir as prestações sociais num momento em que se verifica um aumento da pobreza e de pretender retirar o Estado do papel de combate à pobreza.

O primeiro-ministro contrapôs que, entre os países com programa de assistência financeira, Portugal foi o único país em que não aumentou o risco de pobreza.

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