Em entrevista ao Dinheiro Vivo, António Barreto afirma que António Costa pode estar a seguir um caminho perigoso ao estar a aliar-se a partidos comunistas.
Sem ser claro se António Costa quer chegar ao Partido Comunista, até porque este “não esclareceu”, para o sociólogo, o novo líder socialista já “deu vários sinais” de que isso pode ser possível.
“Ele nunca afirmou muito claramente a sua política de alianças e o número de encenação com o Partido Livre é um fenómeno novo”, defende António Barreto, referindo que ao fazê-lo, Costa “pôs o dedo numa questão importantíssima”.
“O PS é geneticamente anticomunista e deixar de ser anticomunista e passar a ser amigo ou aliado do comunismo, do Bloco de Esquerda, ou do Livre põe problemas seríssimos”, diz, defendendo que este corre “o risco de perder o próprio partido, porque a força anticomunista do PS é muito grande”.
Já em análise à prestação do socialista, em caso de vitória nas próximas eleições legislativas, o sociólogo acredita que Costa “vai tentar fazer diferente, melhor, vai tentar puxar por todas as hipóteses da solidariedade europeia que existem, que são muito poucas”.
Apesar disso, mostra-se renitente quando à possibilidade de este o conseguir “porque não temos dinheiro” e vivemos numa oscilação entre “independência e liberdade”, em que se queremos muita liberdade precisamos da proteção da União Europeia, mas se queremos independência temos que sair do Euro.