“A coligação está de boa saúde, o Governo é uno, absolutamente solidário, coeso e trabalha todos os dias para tentar salvar o País”. As palavras pertencem ao ministro da Defesa, José Pedro Aguiar Branco, que, em entrevista ao Público, rejeita quaisquer tensões que possam existir com o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.
“Um Governo tem um mandato de quatro anos, o balanço e a prestação de contas são feitos ao fim desses quatro anos”, afirmou o governante relativamente ao cenário de contestação alargada face às medidas do Executivo, e acrescentou: “Há momentos que são mais difíceis, há momentos mais fáceis, há momentos mais dolorosos e outros mais fáceis, porque as condições assim o permitem. E o balanço é feito no momento certo”.
Questionado sobre qual será a percentagem com que o Ministério da Defesa irá contribuir no corte de 4 mil milhões de euros previstos pelo Executivo, Aguiar-Branco, referiu que esta “não foi matéria que tivesse sido abordada”. “Dentro desses quatro mil milhões de euros, é necessário encontrarmos onde é que é possível fazer os ajustamentos em termos do que é a estrutura de despesa em Portugal. E isto conduz-nos à revisão das funções do Estado”, concretizou o responsável.
O ministro da Defesa assinalou, face ao descontentamento expresso pelos militares, que este “é igual a todo o descontentamento que os portugueses têm neste momento, por razões óbvias. A começar pelo ministro. Eu sou o primeiro interessado em ter condições diferentes para levar a bom porto o meu mandato. E esta é uma realidade transversal”, salientou Aguiar-Branco.