"Primeiro-ministro quis dar uma canelada no Presidente"

O comentador Marcelo Rebelo de Sousa disse este domingo que as declarações do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho em relação aos pensionistas foram uma “habilidade” para dar “uma canelada no Presidente, a Manuela Ferreira Leite, Eduardo Catroga e Bagão Félix”. O professor assinalou ainda que o chefe do Executivo tem “um ego muito desenvolvido”.

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Elsa Pereira
17/12/2012 06:39 ‧ 17/12/2012 por Elsa Pereira

Política

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Marcelo Rebelo de Sousa afirmou este domingo, no espaço de comentário que protagoniza na TVI, que a promulgação do Orçamento do Estado para 2013 por parte do Presidente da República e posterior pedido de fiscalização sucessiva ao Tribunal Constitucional é a “segunda opção preferível”. A primeira seria, na opinião do professor, a solicitação da fiscalização preventiva.

Nesta senda, e no que concerne à matéria das pensões, que é sabido suscitar dúvidas junto de Cavaco Silva, Marcelo Rebelo de Sousa disse que as declarações de Passos Coelho este domingo, em que criticou os pensionistas, sublinhando que “alguns ganham fortunas e muitos nem descontam”, “foram pouco pensadas”.

Para o professor, as palavras do primeiro-ministro não foram mais do que uma “habilidade” com o objectivo de “dar uma canelada no Presidente, a Manuela Ferreira Leite, Eduardo Catroga e Bagão Félix”, estes últimos, refira-se, umas das vozes mais contestatárias perante a acção do actual Executivo.

“O problema não são os pensionistas que ganham muito. O problema que se coloca é com as pensões médias, logo a partir de mil e tal euros”, que também integram os cortes previstos, lembrou Marcelo Rebelo de Sousa.

No entender do comentador, “o primeiro-ministro devia dar uma boa notícia de vez em quando, algo de mobilizador”, todavia, sublinhou a este propósito com alguma ironia, Passos Coelho “tem um ego muito desenvolvido e não precisa de conselhos meus”.

Por outro lado, na opinião de Marcelo, “Mário Soares é outro ego enorme” e tem feito “campanha como se fosse líder da oposição”.

“É uma pena num senador vitalício que o excesso seja tanto que acabe por perder toda a razão", referiu o professor em relação ao histórico socialista.

 

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