Alegando "motivos de ordem pessoal", o secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, João Grancho, apresentou ao final da tarde desta sexta-feira o seu pedido de demissão.
“O senhor ministro, agradecendo o trabalho empenhado e leal do dr. João Grancho, transmitiu ao senhor primeiro-ministro esse pedido [de demissão], solicitando que transmitisse ao senhor Presidente da República o pedido de exoneração do senhor secretário de Estado [João Grancho]", refere a nota enviada pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC)
Entretanto, fonte do gabinete do primeiro-ministro adiantou à Lusa que Pedro Passos Coelho "já propôs a exoneração [do secretário de Estado] ao Presidente da República e na devida altura será substituído".
Refira-se que o pedido de demissão acontece no mesmo dia em que, contou o jornal Público, o agora ex-governante foi acusado de plágio. Em causa estão dois textos académicos que João Grancho terá apresentado em 2007 num seminário académico, em Espanha, e em que se terá esquecido de fazer referência ao facto de ter copiado alguns conteúdos do seu trabalho de textos de outros autores.
Esta acusação foi, no entanto, refutada pelo próprio: "Pretender associar um mero documento de trabalho, não académico nem de autor, nas circunstâncias descritas, a um plágio, é totalmente inapropriado e sem qualquer sentido".
Na mesma resposta João Grancho sublinha que o documento em causa, publicado na página na Internet das Jornadas Europeias no âmbito das quais foi proferida a intervenção, era apenas um "suporte prévio a uma intervenção oral" e que "mais não representa que o alinhamento mais ou menos organizado de um conjunto de ideias de vários pensadores -- de entre eles e principalmente o Professor Reis Monteiro".
"O documento em causa não reproduz sequer a intervenção livre então desenvolvida e todas as referências nela efetuadas, tão pouco era esse o seu objetivo essencial", acrescenta a resposta.
A demissão de João Grancho surge ainda numa altura em que a equipa do MEC, liderada pelo ministro Nuno Crato, enfrenta forte criticismo e vários pedidos de demissão por parte da oposição parlamentar devido aos problemas e erros com a colocação de professores nas escolas para este ano letivo.
[Notícia atualizada às 19h45 com mais informação]