Comecemos pelo Porto: o PS e a coligação PSD/PPM/MPT gastaram, em conjunto, 861 mil euros e conseguiram eleger, também em conjunto, seis vereadores. Com um terço do orçamento (255 mil euros), Rui Moreira conseguiu, sozinho, exatamente o mesmo número de eleitos, ganhando de forma surpreendente.
Este é apenas o primeiro exemplo de como gastar mais não quer dizer, necessariamente, garantir a vitória. É a conclusão do balanço feito pelo jornal Público aos gastos (despesas brutas, sem contar com receitas obtidas) entregues pelos partidos, coligações e movimentos no Tribunal Constitucional, relativos à conquista das cinco maiores câmaras municipais nacionais.
Em Lisboa, António Costa foi reeleito com 452.562 mil euros (muito perto do limite permitido por lei para despesas de campanha em Lisboa e no Porto – 460.080 euros), conseguindo dez vereadores, 41 mil euros por cada eleito. A coligação PSD/CDS/MPT gastou 444.489 euros e conseguiu quatro eleitos, custando já 111 mil euros cada um.
O social-democrata Carlos Carreiras conquistou o município de Cascais com gastos de 282.646 euros, mais do que a coligação PSD/CDS/MPT (245 mil euros). No entanto, os socialistas ficaram com exatamente metade (três) dos mandatos da direita (seis).
Já em Sintra, o PSD gastou 303 mil euros e o PS ficou-se pelos 128 mil euros, conseguindo eleger Basílio Horta com um diferença de dois mil votos. Em Vila Nova de Gaia, o socialista Eduardo Vítor Rodrigues ganhou com 198 mil euros, derrotando o social-democrata Carlos Abreu Amorim, que gastou mais de 274 mil euros.
No total, na campanha para as cinco câmaras, o PS teve despesas na ordem dos 1,473 milhões de euros, conseguindo três delas, ao passo que a coligação PSD/CDS/MPT gastou 1,716 milhões de euros para conseguir apenas uma.