As constantes ausências do ministro da Educação, em viagem várias vezes ao estrangeiro, têm merecido críticas dos seus colegas de Governo. Em plena crise no processo de colocação de docentes, que ainda parece estar com algumas falhas por resolver, Crato ausentou-se para participar, em Milão, num encontro informal sobre Telecomunicações.
A atitude do ministro foi mal vista no seio da coligação governativa e a ausência de Crato foi considerada “estranha”, tendo inclusivamente apanhado a sua equipa completamente de surpresa. Houve, explica o Expresso, quem não se ficasse pelos julgamentos morais e tivesse mesmo perguntado ao ministro porque não recusava a deslocação. Crato não cedeu e partiu para Itália.
Mas há mais episódios. Em plena sétima avaliação do programa de apoio financeiro com a troika, quando o Executivo de Passos preparava um corte de 4 mil milhões, o responsável pela pasta da educação foi, literalmente, dar uma volta. Nessa altura, esteve Crato no Chile, Brasil e na China, numa ausência prolongada por três semanas.
A sua pasta, porém, era uma das mais pesadas nas contas públicas e por isso o desagrado das finanças chegou-lhe aos ouvidos. Nessa altura, explica o semanário com base em notícias divulgadas, Crato estava a inaugurar um radiotelescópio a "2635 m de altitude", o que lhe permitiu observar "a região desértica e um pôr-do-sol único".
Só este ano, dá conta a mesma publicação, o muito criticado ministro, pelos já percorreu 160 mil km em voos, algo que equivale, note-se, a quatro voltas completas ao mundo.