Em entrevista ao jornal i, a socióloga Maria Filomena Mónica analisa a hecatombe do ensino. Defensora da escola pública, a professora afirma que esta tem sido a sua maior desilusão. A culpa é do ministério que tem tentado “intervir em tudo, até no que se come”. Dos 27 ministros da educação que passaram pelo Governo nos últimos 30 anos, estes só trouxeram “ideias loucas” que em nada contribuíram para o bem do ensino.
Filomena Mónica achou que Nuno Crato, “que era muito crítico do monstro”, “ia fazer implodir o ministério”, mas rapidamente mudou de ideias. “Implodiu-se a si próprio e ainda não saiu do lugar”, diz, defendendo que por isso lhe “deviam colocar daqueles cones: BURRO”. A culpa de tudo isto, defende, é do poder “que corrompe as pessoas”.
As críticas da socióloga não se ficam apenas pelo ministro da Educação, a quem acusa de ser incompetente. Também José Sócrates e Passos Coelho são visados. Para a socióloga, o primeiro tem como única preocupação ser “chic a valer” como o Dâmaso dos ‘Maias’, enquanto Passos Coelho é “um fruto das juventudes partidárias, um produto inexistente no século XIX”.
Pouco confiante na política nacional, Maria Filomena Mónica defende a necessidade de eleições antecipadas, embora admita que vota sempre em branco por não encontrar nenhum partido que aproxime o cidadão do deputado.