“Nunca votaremos em alguém que nos diga a verdade, mas sempre em quem nos minta”. É desta forma que José Miguel Júdice, em entrevista ao jornal i, explica o porquê da democracia estar a ser corrompida por políticos mentirosos.
Segundo o advogado, os “políticos não são masoquistas” e sabem que “se mentirem é melhor para eles e são mais valorizados pelos cidadãos”. Isto porque os portugueses não querem “enfrentar a realidade trágica que estamos a viver”.
Apesar disso, o ex-bastonário da Ordem dos Advogados não deixa de elogiar alguns políticos da atualidade pelas suas decisões. São eles, Passos Coelho que teve a coragem de apresentar um Orçamento do Estado para 2015 realista e com propostas “que não são eleitoralistas”; António Costa que afirma ser o “político mais dotado da sua geração” e; por fim, Nuno Crato, “o melhor ministro da Educação da história da democracia portuguesa”.
Nuno Crato “está bem preparado, é qualificado e inteligente, além de ser aquele que fez mais reformas. No entanto, por causa de todos os problemas sai com o nome desgastado para o resto da vida”, afirma, considerando tratar-se de um preço político devido ao mau funcionamento do sistema e da administração pública.
Já em relação a António Costa defende que este é o homem da ocasião e que é a pessoa “indicada para liderar o país”. Em caso de vitória nas eleições legislativas deve preocupar-se em governar “à esquerda e não jogar na solução da facilidade que é procurar uma aliança com o Partido Social-Democrata”, refere.