Numa altura em que o partido Podemos já ultrapassou o Partido Popular e o PSOE no que às intenções de voto dos espanhóis diz respeito, Daniel Oliveira considera muito difícil que em Portugal um partido deste género consiga crescer tanto.
“Pode-se sentir em apelos populistas, no aparecimento de espaços políticos, tendencialmente à esquerda, ou então na pura desistência para a abstenção (…) mas nunca como o Podemos, por uma razão: o Podemos nasce de uma rede movimentos sociais muito poderosa em Espanha, que não existe em Portugal”, explica o ex-bloquista.
Para Daniel Oliveira “esta crise financeira na Europa é a queda do Muro de Berlim do centro-esquerda europeu” e tal só acontece porque “os partidos socialistas na Europa deixaram, por opção própria, de corresponder a uma real alternativa”.
Falando em alternativas, o político recusa-se a adiantar pormenores sobre o movimento que está a preparar, limitando-se a dizer que “é um projeto político que inclui pessoas do Fórum Manifesto, como a Ana Drago, pessoas do Livre e pessoas independentes”.
Sobre Marinho e Pinto e o seu Partido Democrático Republicano, Daniel Oliveira refere que “falta substância” ao antigo bastonário da Ordem dos Advogados, considerando que este está a ser “levado ao colo” pelos jornalistas.
“Vocês jornalistas vão levar o Marinho e Pinto ao colo. Já o estão a fazer e vão tratar disso. Marinho e Pinto até pode ter um bom resultado eleitoral, mas dois meses depois não existe politicamente. Mesmo para populista falta-lhe alguma substância. Dá um bom boneco e os jornalistas pelam-se por isso”, conclui.